Um pedaço da história brasileira está pedindo socorro, mas parece que ninguém quer dar ouvidos, não querem se importar, tem prazer em ignorar ou algo similar. A Fazenda Colubandê, principal referência da arquitetura colonial, encontra-se em estado de abandono, e a situação está beirando a ficar irreversível. E o problema não é recente, tem quase meia década. Para o leitor ficar ciente da importância do local, transcrevo sua história: foi comprada por Duarte Ramires de Leão no século XVII e ali viveu com sua família até o século de XVIII, tornando a propriedade em uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar da região. A Fazenda abriga ainda o Casarão, que foi senzala de escravos e a Capela de Monserrate, que depois passou a se chamar Capela de Santana, erguida originalmente para o batizado do filho de Duarte Ramires de Leão, no ano de 1618.

"E eu vou perguntando: Até quando?"
O descaso com o local é imenso que faltam palavras pra resumir - e são muitas, registra-se. Impossível se conformar com o descaso que se encontra um patrimônio histórico que é um dos principais pontos turísticos de São Gonçalo, apesar de alguns grupos competentes se esforçarem ao máximo para a preservação do local. O abandono da Fazenda é o retrato fiel da atual situação do bairro (alvo da insegurança pública) e representa o repugnante desprezo pela nossa história. Mas enquanto governos, IPHAN e prefeitura continuarem nesse jogo de empurra, demonstrando seu total desinteresse, a Fazenda acabará em ruínas e deixará a cultura do fragilizado estado do Rio cada vez mais pobre. A Fazenda Colubandê pede socorro implorando para não merecer um fim triste.
Como diz os versos de Gonzaguinha: "Vê se entende meu grito de alerta"
Resista, Fazenda Colubandê!
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