Sambas Aleatórios da Segunda: Sinfonia Brasileira das Quatro Estações
Queridos leitores, entra no ar agora a segunda edição do dia da SASEG. Conforme dito na coluna anterior, hoje iremos fazer diferente: ao invés de uma, serão duas colunas no mesma segunda - em postagens separadas, evidentemente. Este recurso será pra compensar a ausência na próxima segunda, devido ao segundo dia de desfiles do Grupo Especial - ao qual estarei totalmente dedicado a cobertura pela Rádio Show do Esporte, pelo segundo ano consecutivo, e também estarei escrevendo crônicas aqui sobre as quatro noites, assim como no ano passado. Enfim, voltando ao assunto, na coluna que foi ao ar há pouco relembramos o samba de 2003 da Estácio de Sá. Agora, é hora de viajar na "Sinfonia Brasileira das Quatro Estações" trazida pelo Arranco do Engenho de Dentro lá pelos idos de 2007.
Após ter feito "Gueledés, o Retrato da Alma" - com um dos grandes sambas da escola em toda história - no ano anterior e ter se mantido no grupo com um seguro sétimo lugar, a azul e branca do Engenho de Dentro apostou num enredo feito por Ilvamar Magalhães, carnavalesco com passagens por Mangueira e Portela, que fazia um enlace entre as estações o ano e a artes. Segundo dizia a sinopse, "Muitos desses artistas esculpiram, pintaram, escreveram sobre cada um desses elementos em suas obras, dando-os formas imaginárias sempre com muita graça e beleza. Poetas ainda hoje se inspiram nas estações do ano como fio condutor de seus poemas, muitos desses versos inseridos as melodias, são conduzidos por belas canções.". Apesar do bonito samba, o desfile foi bem fraco - salvando-se a bateria e o conjunto visual correto - e acarretou no 10° e último lugar, rebaixando a escola para o antigo Grupo B. Pior para o bravo Ciganerey, rebaixado neste grupo pelo segundo ano consecutivo, já que era intérprete da Alegria da Zona Sul no carnaval anterior...
Vamos relembrar?
ARRANCO 2007 - "Sinfonia Brasileira das Quatro Estações"
Compositores: Carlinhos Maciel, Marcelo Poesia, Jairo do Recreio e Zilmar Conde
Intérprete: Ciganerey
Bravo Arranco
Em passarela o concerto é poesia
A batuta brasileira rege em aquarela a sinfonia
Desenha no arranjo a consciência
O tom da natureza risca notas musicais
Pinta harmonia com um traço
Mescla tinta no compasso
Colorindo as quatro estações
Faz da partitura uma pintura
Do coro um recital de emoções
Brisa dança no quintal, aos olhos seus Fruta madura do pomar aos lábios meus Sabiá o lamento ecoou, outono amarelou As folhas secas o vento levou
Na ilusão, o firmamento é bordado
Paetês de prata, são estrelas lá do céu
O inverno invade a alma e o ar gelado
Se perde junto à fogueirinha de papel
Brota um buquê, é primavera
A vida se transforma num jardim
Pássaros e borboletas bailam no doce perfume
Orvalho é o pranto de uma linda flor
Clamando ao mundo a paz e o amor
Fim de tarde, raio e trovão A chuva passa, reascende a sedução É verão, o sol abraça o mar azul Explode em alegria o país de norte a sul
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