Sexta Dissonante: Especial Campeãs - Mocidade Independente

Depois de um outro tenebroso e longo inverno, a Sexta Dissonante está de volta em edição extraordinária, podemos dizer assim. Não se faz necessário explicar a dormência da coluna. Hoje retomamos para encerrar a série (que começou em março!!!) que homenageia as campeãs de 2017 no carnaval de Rio e em São Paulo. Em maio, abrimos a pista para a campeã do Rio... quer dizer, a primeira campeã, Portela. Não vale a pena, mas não custa relembrar que a LIESA decidiu pela divisão por conta do embróglio envolvendo o caderno de julgamento de Valmir Aleixo, o que sacramentou o fim de 21 anos de jejum.

No palco da Sexta Dissonante, mostrando a sua identidade e seis estrelas no pavilhão, lá vem a escola que não existe mais quente... Lá vem Mocidade Independente!

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Fundada em novembro de 1955 por Sílvio Trindade, Renato da Silva, Djalma Rosa, Olímpio Bonifácio (Bronquinha), Garibaldi F. Lima, Felipe de Souza (Pavão) e Alfredo Biggs, entre outros, a partir de um clube de futebol, tendo como suas cores a verde e a branca. Em 1957, disputou seu primeiro desfile oficial na Praça Onze, classificando-se em quinto lugar, com o enredo "O baile das rosas". No ano seguinte, sagrou-se campeã com o enredo "Apoteose do samba", subindo para o Grupo 1. No carnaval de 1959, mestre André, diretor da bateria, inovou com a parada da bateria em frente da comissão julgadora, ficando somente a caixa-tarol para manter o ritmo enquanto a escola evoluía.



O primeiro campeonato no grupo de elite das escolas de samba ocorreu em 1979, com o enredo "Descobrimento do Brasil", de Arlindo Rodrigues. No ano seguinte, ficou em segundo, atrás da trinca Portela, Imperatriz e Beija-Flor (que dividiram o título) com o enredo "Tropicália maravilha", de Fernando Pinto. Outro vice foi em 1984 com "Mamãe eu quero Manaus", tendo o lendário Aroldo Melodia como intérprete. Já o carnaval seguinte dispensa comentários, o inesquecível enredo "Ziriguidum 2001, carnaval nas estrelas" deu a estrela-guia o segundo título. Em 1987, quando teve outro inesquecível enredo "Tupinicópolis", foi novamente vice-campeã - até hoje muitos apontam a Mocidade como a campeã moral daquele ano. Ambos os enredos citados foram de autoria de Fernando Pinto, que morreu precocemente ainda em 1987, vítima de um acidente fatal na Avenida Brasil, quando desenvolvia "Beijim Beijim, Bye Bye Brasil", enredo de 88. Em 1990, Renato Lage assumiu a função de carnavalesco, levando a escola a vencer com os enredo "Vira virou a Mocidade chegou". Outra curiosidade triste é que no dia da escolha do samba, o intérprete Ney Vianna morrera de infarto fulminante na quadra da agremiação, cabendo ao jovem Paulinho Mocidade (um dos autores do samba) assumir o posto. No ano seguinte, outro memorável desfile: "Chuê, chuá, as águas vão rolar", que rendeu o bicampeonato. Em 1992, quase alcançou o tricampeonato, ficando em segundo lugar com mais um desfile inesquecível: "Sonhar não custa nada! Ou quase nada".



A Mocidade voltaria a ser campeã em 1996, com o enredo "Criador e Criatura", quando apresentou um desfile marcado pela tecnologia utilizada nos carros alegóricos. No ano seguinte, mais um vice, com o enredo "De corpo e alma na avenida". Em 99, outro inesquecível desfile - apesar do famoso buraco na evolução: "Villa Lobos e a Apoteose Brasileira". Nos anos 2000, a Mocidade começou a acumular posições regulares, e recebendo notas polêmicas como o 8.2 em sua bateria em 2003. Na segunda metade da década a situação piorou e a Mocidade viu de perto o fundo do poço por duas vezes ao terminar em 11° lugar. A escola chegou a ensaiar uma reação em 2014-2015 com "Pernambucópolis" e "Se o Mundo fosse acabar, me diz o que faria se só lhe restasse um dia?" - este último assinado por Paulo Barros. Após um 2016 apagado, apostou no Marrocos para 2017. Com um desfile surpreendente - o que não se via há algum tempo na estrela-guia - com direito a Aladdin voador na Comissão de Frente, a escola conquistou um inesperado vice-campeonato ao menos nas notas, já que três semanas depois da apuração foi deflagrado o erro no caderno de julgamento de Valmir Aleixo, o que levou a escola a pedir a divisão do título com a Portela. Sendo atendida, encerrando o jejum de 21 anos.

Vamos passar a limpo boa parte da discografia da estrela-guia? É pra já! Alô meu povão de Padre Miguel, solta o play!



























E por fim, um dos sambas campeões de 2017




Mostre a sua identidade, Mocidade! Seis estrelas-guia brilhando no pavilhão verde e branco!

E (enfim) encerramos a série com as campeãs do carnaval 2017. Numa semana qualquer, quando o editor se lembrar, a "Sexta Dissonante" voltará ao seu formato original. Até lá.

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