Em Geral: Os 10 anos da "Lei de Gil"

Hoje, dia 2 de abril de 2016, é uma "data histórica" para o futebol brasileiro. Não, nesta data não aconteceu nenhum jogo histórico, nem o anúncio de uma super contratação, tampouco o fim de uma era no comando de uma federação. Há exatos dez anos, o que era pra ser uma entrevista comum acabou entrando para o folclore da zoeira nacional. Estádio Municipal Epaminondas Mendes Brito (hoje Municipal João Lamego Netto), Ipatinga, Minas Gerais, estava rolando a decisão do campeonato mineiro daquele ano de 2006, jogavam Cruzeiro e Ipatinga. Na ocasião, o Tigre precisava de um novo empate para se sagrar bicampeão, já que havia feito a melhor campanha daquela competição. Porém, com um gol do atacante Wagner, o clube celeste venceu a partida por 1 a 0 e ficou com o título, devolvendo a derrota do ano anterior. A princípio seria um título comemorado de uma forma até normal, como é de costume, seria... isso porque uma declaração deixaria o jogo e a festa da vitória em segundo plano.

Durante a comemoração do título, vários torcedores invadiram o gramado - uma tradição que já estava perto de acabar - e estavam arrancando a roupa dos jogadores, para "guardar de lembrança" os deixando só de cueca, um dos "alvos" era o atacante Gil. Durante o ato, um repórter de uma rádio desconhecida (há controvérsias de que a radio seria a Itatiaia, outros dizem que era a Divinópolis) presenciou a cena e abordou o jogador com a seguinte pergunta: "Vale tudo Gil? até o torcedor invadir o campo, tirar a roupa de vocês, vale tudo?" eis que Gil deu uma resposta pra lá de surpreendente, diria mais... inusitada: "Só não vale dar o cu, o resto vale tudo". O repórter (de nome até hoje desconhecido) ficou espantado e reclamou da resposta "Brincadeira, né? um jogador profissional vem numa rádio católica falar uma besteira dessas". Tal reclamação tem uma simples explicação: a rádio que "transmitiu" a declaração era de cunho católico, não de transmitir missa, mas era católica.

A frase fez sua fama e até hoje é alvo de piadas, tal frase ficou conhecida como a Lei de Gil, e o atacante (revelado pelo Corinthians e com passagens pelo Cruzeiro, Flamengo e outros) ficou conhecido como "Legislador" ou "Gil Vale Tudo". Futebol tem dessas coisas, tem jogador que fala o que pensa, que concede entrevista clichê, que fica calado. Claro que, na hora da empolgação, damos aquela presepada ao falar coisas que não devemos, mas quando a gafe vem de uma pessoa pública é uma situação complicada. Tal declaração poderia pesar contra e até acabar com a carreira, mas para sorte de Gil e para o bem da zoeira do Brasil, a frase ficou eternizada nas brincadeiras futebolísticas e até mesmo do cotidiano. Ou vai dizer que o leitor nunca disse para um amigo algo do tipo "faça tudo mas respeite a lei de Gil" ou nunca disse uma frase como "Daria tudo, respeitando a Lei de Gil, para ter aquele momento de volta"? Hein? Uma hora ou outra, a sagrada lei há de ser mencionada. Ah, para não passar batido: o Gil se aposentou mês passado, após passagem pelo Juventus da Mooca.

E viva a sagrada Lei de Gil. Porque, apesar dos pesares, aqui neste blog vale tudo, só não vale...




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