Os Carros das Capas: De 2010 à 2016

Enfim chegamos ao último texto (ou capitulo, como queiram) desta série. Contarei sobre as alegorias que estamparam as sete últimas capas dos cds da elite carioca, entrando na "Era Cidade do Samba"

2010




As preces dos sambistas foram atendidas, o primeiro CD da nova década foi gravado na Cidade do Samba (felizmente, até hoje é assim) e teve como capa o abre alas do Salgueiro, entitulado "Tambores da Academia", antes deste carro, aparece parte da ala "Maculelê". Diferente de 1994, abaixo da imagem aparece os dizeres "Salgueiro Campeão". Ademais, 2010 foi um carnaval trágico para este editor, que viu sua escola rebaixada.

2011



Ano que começou o domínio do pavão. O Abre-Alas, que representava a Biblioteca de Alexandria (que "pegava fogo" durante o arrebatador desfile da Tijuca no ano anterior) serviu como capa da bolacha digital deste ano, na parte de baixo da imagem até chegou a vazar o elemento alegórico da inesquecível comissão de frente - além de uma ala que representava o Império Romano. No mais, 2011 foi marcado pelo recurso de um intérprete chamar o outro (Faz barulho pro Wantuiiiiiiiiiiiir), pelo incêndio na Cidade do Samba e pelo polêmico (e injusto) título da Beija-Flor, título este que gerou uma capa esquisita e lamentável no ano seguinte.


2012





O polêmico (e injusto) título nilopolitano rendeu mais uma capa lamentável no ano seguinte. Tentem advinhar quem foi o holofote principal da página 1 do encarte? Quem? Quem? Quem? Raimundo Nonato? Não... ela mesma, Fabíola David! Ela usava a fantasia "O Beijo na Flor" e era o destaque do abre-alas "Das Lembranças que Trago da Vida" (foto ao lado). Como diria meu amigo Rodrigo Vilela: "se eu tivesse uma impressora A3 laser, refazia todas as capas". No mais, uma capa extremamente "xoxa".

2013




Foi uma capa feita de barro. Explicando: para tal, a alegoria usada foi "Do Barro se Fez a Vida" a terceira da apresentação anterior da Tijuca, no entanto, ao invés da frente, a lateral do carro ficou aparente na imagem, tendo como plano de fundo tivemos a apoteose. De início não tinha gostado do resultado, mas com o tempo acabei aceitando, afinal, o fotógrafo esteve inspirado.

2014



Uma capa que, digamos assim, foi bem "florida". A "Festa no Arraiá" do povo de Noel foi representado pelo carro "Os Girassóis". Foi a única coisa bonita do disco, até porque, inventaram de colocar explanações de carnavalescos (algumas intermináveis, outras renderam piadas internas, como o "Maricá, essa grande cantora" da Grande Rio) antes dos sambas, o que fez que eu nunca mais pegasse o disco para ouvir com aquela enorme paciência - e bota paciência nisso.

2015




A capa do CD saiu da temática rural e migrou para a esportiva. Com o desfile sobre Ayrton Senna que sacramentou o quarto título do Pavão do Borel ("é tetra!!! é tetra!!!") o abre-alas "Boxe dos Compositores" - que, confesso, achei meio "pobre" mas relevante a proposta do enredo - serviu como capa para a bolacha digital do ano passado. Aliás, foi o disco da redenção, pois para alívio deste escriba, a Viradouro estava de volta após quatro carnavais, mas infelizmente ela foi mandada de volta... pro Acesso.

2016




E enfim chegamos ao ano vigente: 2016. Para retratar na capa mais um título da Beija-Flor - muito contestado devido ao enredo ser sobre Guiné Equatorial, país que vive ditadura - nos deparamos com o abre-alas, cujo nome é "A Árvore da Vida e a Floresta Tropical Africana" onde, citando e adaptando aquele famoso episódio do Pica-Pau, "onde tudo é verde, inclusive o tronco". Aliás, reparou quem estava no carro? Não? reparou agora quem é? Reparou? Reparou mesmo? sim, ela mesma! Fabíola David! Pela enésima vez (para fazer a conta certa, releia o terceiro texto da série) ela se faz presente na capa da bolacha digital. Aliás, a capa de 16 acabou entrando pra história, porque? foi a última foto de capa tirado da saudosa torre de TV...

E chegamos ao fim da série "Os Carros das Capas". Concluo e realizo aqui um sonho que tinha desde que passei a estudar e entender muito mais sobre o carnaval. Muito obrigado a todos que prestigiaram os quatro textos da série. Muito obrigado também a quem elogiou e compartilhou a série, em especial ao Marco Maciel, do Sambario, que divulgou a série. O trabalho feito aqui é para acrescentar as fontes de conhecimento da maior festa da cultura popular. Isto é tudo, até a próxima série e um bom carnaval a todos nós.

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