Entrando no ar neste instante mais uma edição da minha, da sua, da nossa "SASEG - Sambas Aleatórios da Segunda". Para aqueles leitores que mesmo após cinco textos ainda são de primeira viagem, não custa explicar outra vez do que se trata: a cada segunda-feira vamos relembrar "do nada" alguns sambas "esquecidos" na história, sejam eles lindos, bonitos, medianos, ruins ou nem tanto. Semana passada relembramos diretamente do baú "As Três Rendeiras do Universo", samba-enredo mangueirense de 1991. Agora é hora de partimos para a zona oeste, e relembrar "SOS Planeta Terra - O santuário da vida", tema que a Acadêmicos de Santa Cruz apresentou no carnaval de 2009.

Embalada pelo bom desfile sobre Itaguaí, que lhe rendeu o terceiro lugar, a verde e branca apostou naquele ano na preservação da natureza, ao "fazer um alerta a humanidade" sobre o mal que tem feito ao planeta Terra, pegando o gancho do debate sobre o Aquecimento Global ter se popularizado naquela época. O samba, apenas funcional, repleto de clichês, e que até contém trechos bem interessantes, passou despercebido na avenida, e a Santa Cruz, que desfilou já de manhã de domingo em decorrência do atraso de uma hora no início das apresentações, beliscou um modesto sexto lugar. Destaco o fim da faixa, em que Celino Dias roubartilha a famosa frase de Quinho (que, curiosamente, é o atual intérprete da escola) e a adapta para "Feliz daquele que tem a Santa Cruz no coração", sucedido de um animado Ivo Meirelles (que produziu o CD do Acesso naquele ano) gritando "Santa Cruz!" ao fundo.

Vamos recordar em verde e branco e trazer felicidade? Vamos!

SANTA CRUZ 2009 - "SOS Planeta Terra - O Santuário da Vida"

Compositores: Marcelo Borboleta, Charuto, Xerú, Bolão e Macumbinha

Intérprete: Celino Dias

Santa Cruz pede atenção
Em prol da vida
E faz meu canto de paz
Ecoar muito mais na avenida
Eu vejo a flor do amor despetalada pela ambição
A dor pairar sobre a Terra
Nos campos a desolação

O tesouro maior da criação
Pede em couro a luz de um guardião
E que a voz da razão ao ressoar
Fale de amor, de dar valor e preservar

Sou filho dessa terra, o verde à serra
Traz esperança
Que a água mande ondas em consciência
Feito criança
Vou correr pela Amazônia
Sou brasileiro e aqui é o meu lugar
O meu planeta está ferido e eu não vou cruzar os braços
O novo tempo eu mesmo faço
O meu pedido de perdão não vou calar

Vai meu samba
Dar um alerta à humanidade
Vai, meu samba, vai
Em verde e branco e traz felicidade





Foto: Galeria do Samba