Sambas Aleatórios da Segunda: Madeira-Mamoré - A Volta dos Que Não Foram Lá no Guaporé

Resultado de imagem para Grande Rio 1997Queridos leitores, após um longo hiato a SASEG está de volta na esperança de não ser mais interrompida - mas isso depende da boa vontade deste editor. Não custa lembrar que a cada segunda-feira relembramos "do nada" obras "esquecidos" na história, sejam eles lindos, bonitos, medianos, ruins ou nem tanto. Auto-reclamações e explicações a parte, vamos ao que realmente interessa neste espaço: em nossa última coluna, há quase um mês, relembramos "Os Encantos da Costa do Sol", samba-enredo da Tradição em 2002, numa homenagem póstuma ao compositor Lourenço. Desta vez, voltaremos os nossos ponteiros para o Grupo Especial de 1997 e retiramos do baú a "Volta dos que não foram lá no Guaporé" apresentada pela Acadêmicos do Grande Rio.

Vindo de um bom (embora problemático em alguns quesitos) desfile de 1996, embalado pelo samba que ficou famoso pelo refrão "Imponho, sou Grande Rio, amor / Dando um banho de cultura, eu vou" - lembrado até hoje por seus torcedores e sambistas em geral - a tricolor caxiense trouxe como enredo a história da estrada de ferro Madeira-Mamoré em Rondônia, mostrando histórias de dificuldades dos operários nas obras e as riquezas naturais encontradas em mais de 300 quilômetros da estrada. O tema era desenvolvido pelo hoje atual campeão Alexandre Louzada. Mesmo que não fosse um tema pra lá de popular a se apresentar no sambódromo, acabou rendendo um bom samba, que coloco como destaque o seu refrão central - na letra abaixo. O desfile, porém, foi frio e irregular, até porque carnavalizar a Madeira-Mamoré não era tarefa das mais fáceis. No fim das contas, a Grande Rio acabou na décima colocação.

História contada, vamos recordar este samba.

GRANDE RIO 1997 - "Madeira-Mamoré - A Volta dos Que Não Foram Lá no Guaporé"

Compositores: Sabará, Muralha, Jarbas da Cuíca e Grajaú

Intérprete: Nêgo

Sonha, a Grande Rio é um sonho
Em águas claras eu quero sonhar
Enfeitar a vida de alegria
Pra quem um dia, o Sol não quis despertar
Chegaram cheios de esperança
Não sabiam dos mistérios que teriam de enfrentar
Essa mata tem segredos
Que o homem não consegue desvendar
É um mundo de encanto e magia, perfume e fantasia
Cicatriz que a Amazônia fez chorar

Olha o índio no caminho, é caçador
Meu cavalo é de fogo, eu vou que vou
Se a selva é perigosa, meu amor
Rondônia é alegria, esqueça a dor

(Foi assim...)
Era o eldorado do látex no Brasil
A riqueza que a cobiça alimentou
Nessa história Tio Sam também entrou
No Tratado de Petrópolis tudo começou
O Acre da Bolívia ganhei
E a borracha para o mundo eu exportei
Cada dormente é uma vida, a vida uma flor
Na Maria Louca delirando eu vou
Em sucata o meu sonho terminou
Vou voltar pra onde não fui
O seu encanto é que me seduz (ai, iê, iê, ô)

Cacagibê, Orum de Oiá, Oiá, Oiá
O Guaporé está em festa
Os vudus vêm pra brincar


Foto: Memória Grande Rio


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