Sambas Aleatórios da Segunda - Estória pra ninar um povo patriota

Mais uma vez estamos de volta. A SASEG regressa para mais uma edição sempre com sua missão de desempoeirar mais um samba esquecido na memória, seja ele bom, regular, ruim, mais ou menos... enfim, como a gente sempre cansa de dizer neste humilde espaço, o que importa é relembrar a obra protagonista da coluna. No último texto, relembramos a Guapi ecológica da São Clemente em 2002. Na edição de hoje, voltamos aos anos 90 para relembrar um samba de cunho cultural da Acadêmicos do Grande Rio.

Resultado de imagem para Grande Rio 1995Se em 2019 a Mangueira terá a "História pra ninar gente grande", em 1995 a Grande Rio contou na Sapucaí a "Estória pra ninar um povo patriota" (sim, caro leitor, é "Estória" e não "História"). Mas, diferente do próximo tema mangueirense, o desenvolvimento da tricolor caxiense era outro: segundo a sinopse (ou, um resumo mais fiel a ela, que retirei da série Histórias do Sambódromo no ilustríssimo Ouro de Tolo) a escola contaria naquele ano a história "do ciclo da borracha na Amazônia transformado em conto de fadas, no qual o rei Amazonas, responsável pelo ecossistema mundial de responsabilidade do Imperador Brasil, vivia tranquilamente com sua filha Manaus, numa terra rica em borracha, até a vinda da Rainha Inglaterra, que levou, sem que ninguém soubesse, 70 mil espécies da planta que brotava o líquido que valia tanto ou mais que ouro, para serem plantadas em seus terrenos na Malásia. Tal atitude caiu como veneno para a Princesa Manaus, fazendo-a adormecer num sono profundo durante quase dois séculos, quando o Príncipe da Tecnologia a beijou, acordando-a para seu futuro". Confuso, não? Tal desenvolvimento refletiu no samba que, apesar de bonito, era beeeeem quilométrico. O desfile, como se previa, não foi lá dos melhores e a Grande Rio terminou na décima sexta colocação, ficando a cinco pontos do Z-2.

Vamos recordar?

GRANDE RIO 1995 - "Estória pra ninar um povo patriota"

Compositores: Paulo Mumunha, Adão Conceição, Marcos do Açougue e Anísio Silva

Intérprete: Nêgo

Nessa história em verde e amarelo
A Grande Rio deu um toque tão sutil
Nas terras do rei Amazonas
Do continente do imperador Brasil
Vamos viajar, nas matas de tantas riquezas
Entre rios e igarapés
Vivia Manaus, a linda princesa
Das lendas que os índios conviviam
O artista resolveu criar
Neste enredo de encantos e magias
Onde tem o boto rosa com o dom de conquistar

Um brinquedo de criança
Virou tesouro profundo
Despertando a cobiça
Do outro lado do mundo

Perguntou:
Espelho, espelho meu
Será que existe alguém mais rica do que eu?
Minha rainha poderosa
Manaus é um tesouro muito maior que o seu
A Inglaterra mandou, um emissário pra cá
Tudo que viu ele voltou pra confirmar
Teatro, casa de chá, boemia,
Muito mais a fidalguia tinha aos seus pés
Os barões da borracha tinham ousadia
De acender os charutos com 500 mil réis

Um navio sorrateiro apareceu
Levando quase ao mundo inteiro
As seringueiras, com isso a princesa adormeceu
Entre fadas-madrinhas, no seu sono prosseguia
Pra despertar do berço da ecologia
E o príncipe encantado, Manaus ele beijou
Para tecnologia a princesa acordou

Embala eu, embala eu
Pátria mãe, gentil
No despertar deste sono (encontrei)
Encontrei meu sonhado Brasil...


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Suporte: Template Blogger -