(por Carlos Alberto)
Esse texto a seguir pode ser o mais fora de padrão, redundante e famigerado possível, mas é um relato sincero de, não apenas um torcedor, e sim um apaixonado por este esporte chamado futebol. Este esporte apaixonante em todos os sentidos, particularmente por seus resultados inesperados, pela devoção e fanatismo de tantas torcidas, entre outras tantas citações, e por isso escolhi o jornalismo esportivo para seguir, só que hoje vivemos uma época difícil neste meio, jornalistas que assumem seus clubes e que fazem comentários "supostamente pessimistas" acerca de seus arquirrivais são tachados de clubistas e parciais. Que geração chata, cara! Não é porque o sujeito assume torcer pra certo clube que vai criticar o rival de propósito. O jornalista esportivo tem direito, tal qual o cidadão comum, de torcer pra quem quiser - desde que, fora do exercício da profissão - e este julgamento é um tanto que ridículo. Está certo que, a meu juízo, existem alguns que ultrapassam o limite do chamado "barrismo", mas não porque torcem pra times A, B ou C, e sim porque não se dão ao respeito.
Isto posto, voltamos ao assunto: sinceramente, não tenho aquele tesão para ver o Campeonato Carioca como antes, principalmente pelas bizarrices frequentes praticadas pela FERJ. Mas tava lá o Flamengo na decisão, com a vantagem do empate para aumentar sua soberania no futebol do estado do Rio. Prometi a mim mesmo que não ficaria nervoso, mas não foi bem assim. E fiquei...
Mas caramba, nunca fiquei tão nervoso na minha vida como no domingo. Nem mesmo em 2009, quando o Fla venceu o Carioca e o Brasileiro, fiquei tão nervoso quanto domingo. E depois que o Fluminense abriu um placar, na cabeçada oportuna de Henrique Dourado, a reação foi a mais tensa possível: me tremia por dentro, a mão suava, andava de um lado para o outro... o nervosismo era tão grande que mal conseguia falar o jogo inteiro, só lá pelos 35, 36 do segundo tempo. Pedia aos céus em pensamento que não terminasse nos pênaltis, pois o rubro-negro sentiu o gosto amargo da derrota para o tricolor nas penalidades máximas na Taça Guanabara. Até o marcador chegar a 39 do segundo tempo. Escanteio a favor do Flamengo pela esquerda, Réver cabeceia, Cavalieri não segura, a bola sobra e... Gol de Guerrero! Aí amigo, não deu pra segurar a emoção: extravasei, soltei o grito de gol preso nas cordas, vibrei, como se não houvesse amanhã. Minha mãe, vascaína desinteressada por futebol, que me deu uma bronca pela comemoração veio torcer comigo. A expulsão do Cavalieri só me fez dizer "Acabou!" e Rodinei completou a festa. Foi de virada! Um dia que vou guardar pra sempre.
Valeu, Flamengo! A final de domingo ficará guardada na minha lembrança de jovem torcedor, e por ter feito uma grande partida frente ao tricolor. Foi uma decisão que não deu pra conter a emoção de dentro do peito, que só o futebol nos proporciona. Parabéns pelo seu trigésimo quarto título carioca, ou melhor dizendo, obrigado por tirar de mim e de quarenta milhões o grito contido que agora ninguém me impede de gritar: É CAMPEÃO!
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