Em Geral: Um Arouche mais vivo do que nunca

(por Carlos Alberto)

Não estamos sós, e não faremos um monólogo. Apertem os cintos, mas a memória ainda não sumiu! Pelo contrário, foi reacesa com muito sucesso, loucura e boas doses de gargalhadas - o que anda em falta atualmente, diga-se. Num momento em que o humor na TV anda tão frágil, repetitivo e politicamente correto, os mais saudosistas ou até mesmo aqueles que não tiveram a oportunidade de vivenciar a época recorrem aos humorísticos antigos - mais precisamente dos anos 80 e 90 - seja pela internet ou por canais fechados. Cito aqui clássicos como "Viva o Gordo", "Armação Ilimitada", "Chico Anysio Show", "Vida Ao Vivo Show", "Chico Total", "A Comédia da Vida Privada", "Juba e Lula", entre outros tantos que não caberia nesse texto. Um deles em especial, e que é o motivo do texto, marcou toda uma geração noventista e reconquista hoje uma nova geração de súditos quebrando a internet: é lógico que falamos do Sai de Baixo.

Exibido originalmente entre 1996 e 2002 - ganhando um spin-off de quatro episódios em 2013 - a sitcom global criada por Daniel Filho e Luiz Gustavo foi um grande marco nas noites de domingo, que anteriormente sofria com o Topa Tudo Por Dinheiro de Silvio Santos, quebrando paradigmas a época, por ser um humorístico feito "ao vivo" (no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo) com muitos improvisos - não era raro ir ao ar o momento em que alguém do elenco errava ou esquecia o texto - e várias quebras da "quarta parede". As histórias engraçadas de uma família ex-pertencente da alta sociedade protagonizada por Miguel Falabella, Marisa Orth, o próprio Luiz Gustavo, Aracy Balabanian (que permaneceram em todas as temporadas) Tom Cavalcante (este ficou três anos) e Cláudia Jimenez (na primeira) que eram "um escândalo", fizeram gargalhar uma geração contemplada, seja na TV ou no próprio teatro. Ao longo das temporadas, o elenco foi mexido contou com Marcia Cabrita, Luiz Carlos Tourinho, Ary Fontoura e Cláudia Rodrigues e Ilana Kaplan - de esquecível atuação. Após seu fim, ganhou uma reprise no Multishow em 2005 e desde 2010 tem seu repeteco no Viva (atualmente é exibida a sexta temporada) onde muitos que não viveram a época de ouro podem se divertir a vontade. Mas a nossa geração foi presenteada em maio passado com a reprise do humorístico nas tardes de sábado. O sucesso foi tanto que virou atração própria, ao invés de um mero cartaz na "Sessão Comédia".

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Mesmo quinze anos após seu fim, vejo que o Sai de Baixo voltou a ser um grande sucesso,mesmo que isso seja bem evidente e apesar de ter sido escalado num horário totalmente impensável e complicado. E tem saído melhor que o esperado, aliás. E não só porque tem um fiel público, dos que acompanham desde a exibição original aos súditos mais recentes, tampouco pelo super elenco que o protagoniza, mas por preencher o "vazio" que a comédia atual, tão frágil e redundante, com boas risadas, humor leve, debochado, improvisado, charlatão e politicamente incorreto - apesar do público reclamar constantemente dos cortes feitos nos episódios, necessários em função do horário. Impossível não se divertir com os provérbios indigestos de Magda, os monólogos sobre pobre, os diversos "Cala a boca, Magda", aquela cena que você ri muito a ponto de correr pra internet e ver de novo, ri de novo, repete até dizer chega. A TV aberta precisava de um programa (ainda que antigo) pra nos divertir em dias de tremenda desgraça. Benditos sejam os arruaceiros do Arouche.

E, por favor, salvem a professorinha! Pra adorar o Sai de Baixo sabemos tudo de "cor e salto alto".





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