Admito que venho escrevendo muito menos ultimamente, seja por motivos de faculdade, pela desgastante cobertura de carnaval no último mês - que ultrapassou os mil acessos por aqui - que me tomou completamente, culminando em três noites em claro e dez artigos por escrito, ou pela intensa preparação que fiz para o Carnaval Show, programa que assumi na Rádio Show do Esporte e que estreou sua nova fase há duas quartas-feiras. Mas, como ontem - dia em que o escriba completou vinte primaveras - aconteceu mais uma edição do Troféu Imprensa, o evento mais esperado da TV nacional, premiando os melhores em 2016. E este é um bom motivo para atualizar este espaço. Com as belas e douradas estatuetas definidas, algumas surpresas nas indicações (e no júri) e momentos históricos como o reencontro de Jô Soares e Silvio Santos, vamos aqui tentar desenvolver algumas linhas sobre mais um ano do Oscar tupiniquim.
- Primeiro Bloco: Vitórias justas e uma categoria dispensável para a TV aberta
Tradicionalmente, a categoria de Melhor Cantora abre os festejos. Desta vez, uma justa vitória de Anitta - corrigindo uma injustiça que durava dois anos, quando a "Poderosa" deveria ter levado a estatueta pra casa. Entretanto, é, digamos, inexplicável indicação de Joelma, que tem pouco mais de um ano de carreira e não foi isso tudo para ser lembrada - ela acabou levando o Troféu Internet. Pelo menos umas duas cantoras foram superiores a ex-Calypso.A segunda categoria foi Programa Infantil, aquela que, particularmente, só é mantida para acumular troféus para a Família Abravanel. Venceu o óbvio: Bom Dia & Cia, apresentado por Silvia, filha de número dois. O matinal venceu o enlatado Mundo Disney (oi? de novo?) e o Parque Patati Patatá - programa que veio dos canais fechados.
Fechando o primeiro bloco, a categoria de Programa Humoristico. Como esperado, venceu outra vez A Praça é Nossa, embora que a justíssima citação à Nova Geração da Escolinha poderia desbancar a atração de Carlos Alberto de Nóbrega. Agora, permitam que eu faça uma pergunta: onde é que tá escrito que o Pânico tem que concorrer todo ano, mesmo sem merecer? Tá no Ar e até mesmo o Encrenca, que estão anos-luz a frente do humoristico da Band jamais mereciam ficar de fora.
- Segundo Bloco: Sobrando...
O segundo bloco foi aberto com Melhor Apresentador ou Animador, mas como - outra vez - a votação foi fechada, deixaremos para o final. Sinceramente eu quero entender os indicados para melhor Novela. Totalmente Demais, a vencedora, sobrava e muito comparado a Terra Prometida e a "caseira" Carinha de Anjo. Passando aos programas de entrevista, vitória-homenagem ao Programa do Jô, que encerrou sua história faturando o seu primeiro Troféu Imprensa - os outros nove conquistados pelo apresentador foram pelo seu "Onze e Meia" no SBT.Já na categoria de Melhor Ator, venceu Sérgio Guizé, que interpretou Candinho em "Êta Mundo Bom". Dos três indicados, de fato foi o melhor com sobras, a mesma coisa aconteceu em Programa Jornalistico, com mais uma vitória de Roberto Cabrini e seu Conexão Repórter - pra mim, o melhor programa da TV aberta.
- Terceiro Bloco: Revelação, Atriz e Jornal de TV
Bom, não tive criatividade para criar um título para o tópico do terceiro bloco, mas seguimos o artigo: A Revelação do Ano, com inteira justiça e coroando o grande sucesso que é, foi Marília Mendonça, derrotando as companheiras Maraia & Maraisa e a "carinha de anjo" Lorena Queiroz. Na categoria de Melhor Atriz, venceu Marina Ruy Barbosa, por sua boa atuação na também premiada Totalmente Demais - embora que uma vitória da Grazi também seria justa. E o Jornal Nacional, que estava no olho do furacão político no ano passado, venceu em sua especialidade pela décima terceira vez.Quarto e último bloco: O único empate e... Cadê a novidade?
Na último bloco de votação aberta, ocorreu uma vez mais a costumeira "média" do júri com a filha do chefe, a elegendo como Melhor Apresentadora ou Animadora. E no apagar do júri, o único empate da edição: Wesley Safadão e Luan Santana, de trabalhos elogiáveis pela crítica especializada, dividiram a estatueta na categoria de Melhor Cantor, derrotando Tiago Iorc.E o que estavam na caixinha preta?
As categorias de Melhor Programa de Auditório e Melhor Apresentador ou Animador novamente foram em votação por urna. E deu a lógica: Silvio Santos venceu nas duas categorias. Precisa dizer mais?Alguns adendos...
Causou polêmica as "duras" públicas do patrão à jornalista Rachel Sheherazade e ao humorista Danilo Gentilli, por suas costumeiras críticas ferrenhas à partidos socialistas. Mas, a imagem do Troféu Imprensa é a de Carlos Alberto de Nóbrega ao ser perguntado sobre Dudu Camargo, isso após dizer que "é preciso dar chance aos jovens".- Tem que dar chance pros jovens...— Яenato (@0x042F) 10 de abril de 2017
- Eu dou! Dudu Camargo! pic.twitter.com/B5KEcpVeqr
Fazendo o c'est fini: Hugo Gloss (cuja participação júri do Troféu Imprensa particularmente estranhei) fez menção ao Tá no Ar ter ficado fora (injustamente) da categoria de Programa Humorístico e a Domingos Montagner - morto no ano passado - ser indicado como Melhor Ator - a meu juízo, devia ser indicado em forma de homenagem.
Quanto à 2018, só o futuro dirá, porque dependendo da qualidade dos programas de TV aberta...
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