(por Carlos Alberto)
Que cheirinho de decepção...
...ou seria cheirinho de revolta?
A esperança de mais um título nacional para o rubro-negro mais querido do país virou poeira. É aquela frase clássica do futebol: nadou, nadou, nadou... e morreu na praia. Mas eu pergunto ao leitor: o que será que aconteceu com um time que começou mal o campeonato, foi melhorando, se ajeitando e no final não levou a taça? faltou fôlego? faltou vontade? faltou determinação? e se eu disser que faltou os três e muito mais? Pois é. O tal do "Cheirinho de Hepta" virou "Cheirinho de fracasso" e pior, cheirinho de chacota. Retorno para a pergunta que fiz: o que será que aconteceu? Claro, temos que reconhecer desde já que o Flamengo só jogou num bom nível pelo fato do time se construir ao longo do Brasileiro, aonde começou desorganizado e sem rumo.
O Flamengo vinha de uma precoce eliminação para o Fortaleza na Copa do Brasil, de outra eliminação na Primeira Liga e de uma campanha de regular para ruim no Estadual, sendo eliminado outra vez pelo Vasco que não vence há quase dois anos. A fase era tão complicada que até fiz um texto em maio tentando explicar o que faltava ao time naquele momento. Numa vitória sofrida e não convincente contra o Sport, na estreia do nacional, dava pra se escancarar que veríamos um show de horror e sofrimento, e quando tudo parecia que não podia piorar, o então comandante da carapuça rubro-negra Muricy Ramalho teve que abandonar o navio por problemas de saúde. À aquela altura, imprensa e palpiteiros anônimos - entre eles este escriba - apostavam que mais uma vez terminaríamos na famosa zona da marola. Mas chegou um tal de Zé, aquele Zé que fez o sub-20 campeão da Copa São Paulo contra o Corinthians diante de um Pacaembu lotado. O seu Mandarino teria ali sua chance de ouro. E não decepcionou. Ajeitou, reergueu e engrandeceu o time rubro-negro, ajudado pelos grandes reforços que chegavam, como Diego (que se faça justiça: com sua chegada, o meio campo rubro-negro foi outro) e Leandro Damião. Mas, num passe de mágica, o futebol encantador sumiu do nada, e o título escapou.
Mas, insisto na pergunta do começo do texto: o que será que aconteceu? Simples: desde a partida contra o Internacional (31° rodada) demonstrou-se um time conformado apenas com a vaga na Libertadores - creio que esta opinião seja unânime - parecia estampado na cara que não tinham vontade, tampouco coragem de querer vencer um Campeonato Brasileiro. Resultado: quatro jogos sem vencer, seguido de uma vitória que aumentou a esperança e um empate frustrante em pleno Maracanã. Agora não adianta colocar a culpa em jogador A ou B porque não joga direito, porque é pereba ou similares, se o conjunto não funciona, não tem jeito. Em suma: o time desencantou na hora inesperada e decepcionou na "hora da verdade". Vamos ao ponto que eu julgo ser o principal: a diretoria está fazendo um grande trabalho, já se mexeu com a utilização do Luso-Brasileiro a partir de 2017, mas tem que desistir do discurso de apenas quatro contratações . Tem gente precisando ir embora pra ontem. Em contrapartida, acertada a manutenção do Zé Ricardo, apesar de muitos erros táticos faz um trabalho muito elogiável, é uma aposta que deu certo. Venha quem vier, saia quem sair, o Flamengo precisa apresentar muito mais do bom futebol apresentado em boa parte deste 2016. Estou há dois dias de ver a partida contra o Santos in loco no Maracanã, espero ver o Flamengo que vi na maioria do campeonato, jogando pela camisa e pela torcida. O ano não foi péssimo, mas por este Brasileiro...
Que cheirinho de decepção. E tá incomodando, hein?!
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