Sexta Dissonante: São Paulo em verso e prosa

(por Carlos Alberto)

Olá pessoal, está no ar mais uma "Sexta Dissonante". Diferente da nossa estreia com o SPC, hoje será direta e reta, por um motivo bem especial. Nesta semana a maior cidade da América Latina fez aniversário, e nada mais justo que prestar uma homenagem do jeito que a coluna pede, com trilhas que exaltam esta cidade.

A Sexta Dissonante orgulhosamente apresenta ela, a cidade das esquinas, bairros e canções... São Paulo em verso em prosa!

Imagem relacionada

Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, a São Paulo Fashion Week e a Parada do orgulho LGBT. O município possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 10,7% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional (2005) e por mais de 40% das patentes produzidas no país.

Sampa é a 7ª cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana, com cerca de 20 milhões de habitantes, é a 8ª maior aglomeração urbana do mundo. A cidade também possui um caráter cosmopolita, sendo que, em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes. Regiões ao redor da Grande São Paulo também são metrópoles, como Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba; além de outras cidades próximas, que compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como Sorocaba e Jundiaí. Esse complexo de metrópoles — o chamado Complexo Metropolitano Expandido — ultrapassa 30 milhões de habitantes (cerca de 75% da população do estado) e forma a primeira megalópole do hemisfério sul.



Consolidou-se como local de origem de toda uma série de movimentos artísticos e estéticos ao longo da história do século XX. Apesar de tradicionalmente rivalizar com o Rio de Janeiro o status de sede das principais instituições culturais do país, é em São Paulo que existe o maior mercado para a cultura, tendo hoje se consolidado como uma das principais capitais culturais do Brasil e da América Latina. A cultura paulistana foi largamente influenciada pelos diversos grupos de imigrantes que ali se estabeleceram, principalmente italianos. São Paulo possui uma ampla rede de teatros, casas de show e espetáculo, bares e grandes eventos culturais como a Bienal de São Paulo e a Virada Cultural. A cidade possui nomes de renome como Adoniran Barbosa, cujos sucessos mais lembrados são Saudosa Maloca e Trem das Onze, e os Demônios da Garoa, grupo de samba da década de 1940 ainda em atividade considerado o "Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade". O município também foi o berço de várias bandas de rock nas décadas de 1960, 1970 e 1980, como os Os Mutantes, Ultraje a Rigor e Titãs. Entre os cantores paulistanos contemporâneos de maior reconhecimento, estão artistas como Ana Cañas, Criolo, Emicida, Maria Gadú, Maria Rita, Mallu Magalhães, Marcelo Jeneci, Racionais MC's, Tiê, entre outros. São Paulo também é um dos principais centros de música erudita do Brasil, sendo local de nascimento de compositores internacionalmente reconhecidos como Osvaldo Lacerda e Amaral Vieira, e palco durante o ano todo de apresentações de concertos e óperas em suas diversas salas, como a Sala São Paulo, o Teatro Municipal de São Paulo, o Teatro São Pedro e o Teatro Alfa. A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é considerada o melhor conjunto sinfônico da América Latina.



Mas é claro que temos que falar do carnaval, não é? Começou sob forte influência das populações que migravam do campo para a cidade, já no contexto da crise da economia cafeeira, foi a população resultante do êxodo rural causado pela crise do café que desencadeou o início do Carnaval paulistano. oi instituída em 1933 a Taça Arthur Friendenreich pela Frente Negra Brasileira, com o objetivo de valorizar as agremiações de raiz africana, até então excluídas dos certames oficiais. Dela participaram o Cordão da Barra Funda, Bloco do Boi, Cordão das Bahianas e Bloco da Mocidade. Em 1934, o mesmo concurso foi novamente realizado, sendo vencido pelo Vae-Vae - que mais tarde virou a "escola do povo" Vai-Vai. Durante a década de 1960 várias agremiações mostram um crescimento, com grande destaque no cenário paulistano para a Unidos do Morro de Vila Maria (hoje Unidos de Vila Maria) e Unidos do Morro da Casa Verde (hoje Morro de Casa Verde), presididas por Xangô e Zezinho do Banjo respectivamente. No ano de 1965, o carnaval dá o primeiro passo à profissionalização: com a adesão de Moraes Sarmento, os desfiles passam a ser transmitidos e comentado nas rádios e ganham o respeito e espaço nas instituições de cultura da cidade. Em meados de 1967, o então prefeito José Vicente Faria Lima (carioca, nascido em Vila Isabel e apreciador de samba) regulariza os desfiles para a Avenida São João, e, em 1968, oficializa a festa assinando a Lei nº 7.100/67, destinada a regular a promoção do Carnaval pela Prefeitura Municipal de São Paulo, e regulamentada pelo Decreto nº 7.663/68. Nos três anos seguintes, mais um tricampeonato da Nenê de Vila Matilde.



A década de 1970 é marcada pela chegada de escolas "novas", como a Mocidade Alegre, e pela morte definitiva dos cordões, já que Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Paulistano da Glória, Fio de Ouro não recebem mais apoio da prefeitura, e graças ao reconhecimento pela grandiosidade no segmento que elas então participavam, receberam um convite para participar do desfile principal de escolas, e já no primeiro ano todas elas surpreendem, a ponto do Camisa Verde e Branco, acabar com a série da Mocidade Alegre, e conquistar um tetracampeonato entre 1974-1977, e a partir daí, o que se viu foi um domínio das escolas corsinas. No fim da década, os desfiles foram transferidos para a avenida Tiradentes, onde ficaria até 1990, quando, através da lei n° 10.831/90 desencadeou a última mudança de endereço dos desfiles paulistanos, que se deu no ano seguinte, quando passaram a ser realizados no Polo Cultural Grande Otelo, uma grande passarela de mais de quinhentos metros construída na Avenida Olavo Fontoura, e popularmente conhecido por Sambódromo do Anhembi. Este local, de propriedade da Anhembi S/A, sedia os desfiles até hoje.

Em 2004 foi realizado um carnaval temático em homenagem aos 450 anos da cidade, e é com alguns sambas daquele ano - além de outros que exaltaram a cidade - que encerramos a Sexta Dissonante de hoje. Senta o dedo no play, e Parabéns São Paulo pelos 463 anos. Viva a terra da garoa! Até a próxima!

























Nenhum comentário:

Postar um comentário

Suporte: Template Blogger -