Izanildo Vieira, ou com ternura lhe chamavam Leonel, compôs 17 sambas, sendo quatro para o Salgueiro (2002, 2003, 2004 e 2006) e treze para a sua mensageira Vila, de gente aguerrida que defende a tradição do seu lugar, entre eles estão o de 2004 - que levou a azul e branca de volta ao Especial - de 2013, a festa no arraiá que deu o último título a agremiação, e o de 2016, só que este ele não poderá ver na avenida, já que a frase que nos pedia para não se deixar calar diante das adversidades infelizmente veio a calhar. Mais um poeta da terra de Noel se calou... de forma trágica, revoltante, absurda, triste, estúpida, covarde... e todos os adjetivos possíveis e impossíveis. Uma tragédia em plena véspera de natal. Tiraram a vida não só de um compositor, tiraram a vida de um pai de família.Nossos olhos ficam rasos d'água diante de tanta insegurança que assombra o Rio de Janeiro, insegurança que é resultado de uma falta de planejamento das autoridades que se auto-proclamam competentes, e deixa o povo refém do medo e abandonado a própria sorte. Lembramos de tantos cidadãos que assim como Leonel perderam a vida devido a violência urbana, já que a maior violência é aquela que os governantes fazem com a população, enquanto isso, só nos resta a tristeza das famílias com vidas perdidas.
A Unidos de Vila Isabel perdeu um poeta, seus filhos perderam um pai, e o Rio chora com mais um simples ser humano sendo vitima da violência que impera na cidade. A partir de agora, a Vila vai reluzir na avenida lançando um rio de amor em pleno carnaval, mas Leonel não estará mais lá. Independente do motivo pelo qual ele foi assassinado, vamos torcer para que encontrem os responsáveis por mais esta barbaridade. A voz do povo do samba não irá se calar. Nesse cortejo (a herança verdadeira) a nossa Vila agradece com carinho.
Silenciar jamais!
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