Em Geral: A odisseia de Onon



Era uma vez um tal de Onon...

Onon não era alemão, tampouco tinha uma brasília amarela. Era um cara comum, que vivia num desses sertões que temos no Brasil. Era trabalhador, antes mesmo do sol nascer lá estava ele para seu martílio diário. O seu descanso era de apenas uma hora, tempo suficiente para comer sua fidalga companheira marmita, que continha um mísero pão e um copo de leite. Onon gostava de badalação, muita badalação... todas as sextas, quando podia, era presença garantida numa casa de show localizada a poucas quadras de sua casa. Lá, tocava o forró do bom e do melhor, até dava uma canja, e olha que não era desafinado. Cantava de tudo, dos antigos aos arrochas mais novinhos, até batidão virava um calmo pé de serra. Ele queria aparecer no programa do Faustão, lá ele queria apresentar seu outro dote, o dote de piadista. Estava tudo certo, porém, não mais que de repente, acabou barrado, por um detalhe fatal: tinha esquecido o comprovante de inscrição.

Ao regressar a sua humilde residência, deparou-se com sua avô, com a cara emburrada, lhe dando o esporro de sempre:

- "Tome juízo, rapaz! Não gaste seu dinheiro no forró! O forró não lhe dará futuro!"

Enquanto Onon se lamentava uma vez mais, sua avó se lamentava com uma mera frase:

- "Meu Deus do Céu, quando esse moço vai crescer? Quando ele vai ter uma mentalidade de homem? Ele parece um adolescente! Ele precisa se casar!"

Não contente em ficar calado, Onon esbravejou:

- "Já chega, vó! Toda vez é a mesma coisa! Eu estou cansado!"

Sua avó revidou:

- "Você tem que tomar vergonha na cara e aprender a me respeitar! E não faça essa careta para mim, não! Se continuar, seu avô vai lhe bater com aquela cinta que você já conhece!"

Vencido pelo abatimento, Onon foi para seu quarto descansar.

Passado algum tempo, após o fracasso "Faustonino", Onon sofreu um baque: perdeu o emprego, se mergulhou em dívidas, foi expulso de casa após uma bebedeira daquelas e enfrentou tudo, tudo mesmo! Passou fome, passou frio... até que um dia alguém lhe deu uma oportunidade, Onon virou empregado doméstico de um senhor que vivia com sua esposa e seus dois filhos pequenos. Foi a senha: Onon adorava crianças, além disso, gostava de passar roupa, aliás, era a sua tarefa predileta, quem diria. E foi passando roupa que, recuperou suas finanças (ou parte delas) que resolveu se aventurar em um outro dom: ser político! E num belo dia, um anjo lhe abençoou e a Porta da Esperança anunciou: Onon ganhou a presidência do Brasil. Nele faltava quatro dentes, diziam que tinha cara de demente... e daí? naquele instante, o que interessava era a felicidade do povo em ver seu desejo realizado.

E o povo gritava contente: Viva o Onon! Onon para Presidente!

Este texto é uma adaptação da canção "Onon Onon".

- Este mero texto é uma singela homenagem ao Mamonas Assassinas, cuja morte completa 20 anos nesta quarta-feira. Uma humilde homenagem ao grupo que embalou o Brasil com suas canções bem humoradas. Infelizmente, eles partiram de forma trágica, mas sua obra ficou eternizada.

Viva Mamonas!




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Suporte: Template Blogger -