Sexta Dissonante: Especial Campeãs - X-9 Paulistana

Após o hiato momesco, a Sexta Dissonante retorna com força total e fazendo, a partir de hoje, um tributo as grandes vencedoras dos desfiles nos dois principais grupos da ponte aérea Rio-São Paulo. Vamos homenageá-las relembrando grandes momentos e sambas de sua história. E para começar os trabalhos, partimos em direção à Parada Inglesa, zona norte de Sampa, colorindo nossa avenida de verde, vermelho e branco...

Pedindo licença para adentrar na passarela da Sexta Dissonante, a grande campeã do Grupo de Acesso paulistano... X-9 Paulistana!



Fundado em 12 de fevereiro de 1975, no bairro da Parada Inglesa, Zona Norte de São Paulo, por um grupo de amigos que comemoravam no famoso Bar do Japonês a vitória do seu time de futebol, o Grêmio Internacional Parada Inglesa (Gipi), time de várzea da região. A trajetória da então Filhotes da X-9 no carnaval paulistano divide-se em duas partes distintas. Da sua fundação até meados da década de 1980, sua participação era tímida, inexperiente. A partir de 1986, observam-se as mudanças com Laurentino Borges Marques (Lauro) assumindo a presidência e estabelecendo uma diretoria mais atuante. Lauro ficou à frente da agremiação verde-vermelha-branca até novembro de 2001, quando faleceu, assumindo a presidência José Manoel Gaspar, que ficou até 2013. O atual mandatário é Ailton Martinelli, o Branco, que assumiu a escola na última quarta-feira.

Em meados da década de noventa, a X-9 assumiu um estilo arrojado e profissional. O resultado foi o campeonato em todos os grupos intermediários (IV, III, II e I), atingindo ao máximo, em 1995, com o enredo “Arco-Íris da Ilusão”, seu objetivo: integrar o Grupo Especial das Escolas de Samba de São Paulo. Só que o destino foi ainda mais generoso com a tricolor da Parada Inglesa: em 1997, com um carnaval grandioso e surpreendente, a X-9 conquista o título inédito no Grupo Especial. Numa apuração bastante tumultuada - o presidente da escola era na época também presidente da LIGA e o encarregado de ler as notas - a escola venceu o carnaval com o enredo "Amazônia, a Dama do Universo".



Esperada com muita espectativa em 1998 com “Sonhos de um Cowboy Brasileiro”, acabou decepcionado e ficou com a nona colocação. No ano seguinte, elevou-se ao terceiro lugar com “Laços e Abraços no Mundo do Mercosul”, até que no ano 2000 levou o segundo campeonato da escola, desta vez num empate com a Vai-Vai. A escola apresentou o enredo “Quem é Você, Café?”, em que contou o ciclo cafeeiro no Brasil acontecido didaticamente no período de 1730 a 1770.



Após o terceiro lugar de 2001, a X-9 apresentou no ano seguinte o enredo “Aceito Tudo… Quem Sou Eu? O Papel!” e fez um desfile campeão, mas nem tudo deu certo. No início do desfile houve problemas com o som e houve atraso na cronometragem. No fim das contas, a X-9 ultrapassou 1 minuto de seu desfile e perdeu seis valiosos pontos que a levaria a dividir o título com a Gaviões da Fiel. Após um bi-vice-campeonato em 2004 e 2005 passou dois anos fora do desfile das campeãs, mesmo contratando a peso de ouro o puxador Daniel Collête, campeão pela Mocidade Alegre dois anos antes. Apesar disso, não melhorou muito o seu desempenho, conseguindo em 2008 apenas uma sexta colocação. Para 2009 havia anunciado um enredo falando sobre o filósofo alemão Nietzsche; todavia acabou voltando atrás e mudou o tema para novamente a Amazônia, o mesmo enredo de seu primeiro título, doze anos antes, pela segunda vez seguida terminou em sexto lugar.

Na virada da década obteve maus resultados, sempre ficando abaixo do sétimo lugar. Neste período apresentou temas como  o centenário da imigração portuguesa, Renato Aragão, Rally dos Sertões, São Paulo e a Insanidade - desfile este que fora muito prejudicado pela chuva. Em 2015, curiosamente, seu enredo foi justamente a chuva, servindo de fio condutor para um alerta sobre a crise hídrica que assolava o país na época. No fim das contas, repetiu o décimo primeiro lugar do ano anterior. Até que em 2016, exaltando os 400 anos de Belém do Pará, foi rebaixada para o Grupo de Acesso em último lugar graças a um desfile bem problemático. A volta por cima deu-se no desfile de 2017, quando venceu o Acesso homenageando o artista plástico Inos Corradin.

Confira abaixo outros grandes sambas ao longo da história da tricolor da Parada Inglesa.

Oi, dá licença, deixa a X-9 passar! Solta o play!









E agora, o samba campeão do Acesso paulistano de 2017



Como seu último samba disse: bastou acreditar, querer e sonhar, que a X-9 voltou ao seu lugar. Nossa série está apenas começando. Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Suporte: Template Blogger -