Os Carros das Capas: De 2003 à 2009

Dando prosseguimento a série, abordaremos as capas entre 2003 e 2009, período onde a Beija-Flor e (principalmente) Fabíola David dominaram a página 1 dos encartes.

2003





Antes de chegar na escola que de fato é nilopolitana, vamos começar por 2003, ano que tivemos uma gráfica totalmente rosa para registrar o belo e justo título da velha manga. A alegoria escolhida para estampar a capa foi "O Forte" que era a segunda da apresentação anterior da escola. Alegoria aliás, que foi bem escolhida, já que o abre-alas era todo em branco e não combinaria com a capa. Loterj e o Governo do Rio seguiram firmes e fortes no patrocínio. Infelizmente, foi a última vez que a Mangueira estampou a capa da bolacha digital.

2004




Num carnaval que contou com a reedição de quatro clássicos da folia de momo, dentre eles "Aquarela Brasileira", a bolacha digital de 2004 teve como capa "O Paraíso Terrestre: A Segunda Chance" terceira alegoria do (contestado) título da Beija-Flor. Os patrocínios continuaram os mesmos, Loterj e Governo do Rio - dessa vez com outro slogan: "Trabalhando cada vez mais" sendo que na prática não era bem assim. Na contracapa, está o consagrado casal Marquinhos e Giovanna, que na época defendiam a Mangueira.

2005




No ano do CD que carinhosamente apelido de "Ao vivo fake" dois patrocínios comuns foram trocados por um patrocínio de grife: saiu a dupla Loterj/Governo do Rio e entrou a Nestlé. Sobre a capa, o belíssimo abre alas da Beija-Flor (Ganância Espanhola) cujo destaque era Fabíola David - aliás, guarde esse nome. A única lamentação é a contracapa, onde o impactante e inesquecível carro do DNA foi ignorado. Voltando a falar do patrocínio, a Nestlé também patrocinou o enredo da Grande Rio, o que levou o então intérprete Wander Pires a citar a marca em pleno "Sem Censura" - programa de Leda Nagle.

2006




O disco que só é lembrado pela fantástica - isso para ser bem generoso - cadência imposta no samba da Porto da Pedra, teve como capa o abre-alas do desfile tri-campeão da Beija-Flor - Luz Menino, A Mensagem do Divino e o Reino de Herodes - com dois detalhes: o primeiro, o carro não foi mostrado completamente, tendo foco para a parte da frente da mesma, cuja destaque é... Fabíola David - você vai ler esse nome muitas vezes por aqui. O segundo, é que a foto provavelmente é do desfile oficial, já que a escola passou pela avenida por volta das sete da manhã muito devido ao atraso do trágico desfile da Portela. Na contracapa aparece o belo abre-alas da Tijuca, que tive oportunidade de ver de perto no desfile das campeãs de 2005. A Nestlé patrocinou o CD pela segunda e última vez, aliás, foi a última vez que o CD dos sambas-enredo do Rio recebeu patrocínios. Foi o último disco comercializado pela Sony/BMG, bem como o último com 14 escolas na elite. Ah, para a tristeza dos Nilopolitanos, a frase "Beija-Flor tricampeã" não apareceu na capa.

2007




Sem patrocínios, de gravadora nova (Universal) e com o intuito de reduzir para 12 escolas, o disco de 2007 trouxe na capa o abre-alas da Vila Isabel "O Esplendor do Império do Sol", alegoria aliás com um belo acabamento. Tenho duas lamentações deste, que foi o primeiro CD original que comprei de samba-enredo, a primeira foi não ouvir a voz de Jamelão, que devido a um AVC foi impedido de cantar pela sua verde e rosa. A segunda, que foi a última vez que Dominguinhos cantava pela Viradouro.

2008




Com a Liesa enfim alcançando sua meta de reduzir o Grupo Especial (o que prejudicou demais a elite ao meu ver) o CD de 2008 trouxe na capa o enorme beija-flor presente no abre-alas "O Supremo Dom Divino" onde o destaque era quem? quem? quem? ela mesma, Fabíola David... de resto, nada de novo, o estilo de gravação, só pra constar, era o mesmo adotado em 99. E por falar na dona Fabíola, se você começava a achar que estavam dando muito destaque a ela, mal imaginava que no ano seguinte a coisa viria a piorar...


2009




E foi o que aconteceu: Fabíola David foi o holofote principal da capa de 2009, como era de costume, foi destaque principal do abre-alas nilopolitano (Brilho de Fogo - O Rastro Iluminado) onde usava a fantasia "Brilho de Fogo Revela o Paraíso" - foto ao lado. A única coisa boa da Beija-Flor no CD foi o emocionante depoimento do Neguinho, que à época sofria de câncer que felizmente foi curado. Para não passar batido: foi a última vez que a bolacha digital foi gravada em estúdio. No mais, uma capa muito ruim e sem brilho, a coisa só não se repetiu em 2010 porque o Tambor bateu mais forte...

No último texto da série, vamos relembrar as capas entre 2010 e 2016, período que apelido de "Era Cidade do Samba".

Um comentário:

  1. Só de lembrar da capa de 2012 já dá calafrios... juro que se eu tivesse uma impressora A3 laser, refaria todas as capas!!

    ResponderExcluir

Suporte: Template Blogger -