Carnaval ApoteÓtica 2018: Crônica da primeira noite de desfiles do Grupo Especial

Caros leitores, reproduzo abaixo minha análise por escrito sobre a segunda e última noite dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Entre a noite de ontem e o começo da manhã de hoje, sete escolas pisaram na Marquês de Sapucaí. Eis as impressões.



IMPÉRIO SERRANO — Desfile muito irregular do Reizinho de Madureira. Conjunto visual bem ruim, evolução muito problemática. O que salvou foi o carro de som e a bateria. Ao contrário do que diz o samba, a Serrinha custou, mas não voltou pra ficar. E como desgraça pouca é bobagem, o Império Serrano conseguiu a proeza inacreditável de terminar o desfile antes do tempo mínimo e vai entrar com -0,2 na leitura das notas. Um erro primário e imperdoável.



SÃO CLEMENTE — Bom desfile da preta e amarela de Botafogo. Um primoroso trabalho visual do Jorge Silveira em sua estreia no Grupo Especial carioca, embora tenha tido uma queda nos últimos setores. A Fiel Bateria foi muito bem em sua atuação. Infelizmente a escola sofreu dos mesmos problemas de sempre em evolução e harmonia. Deve permanecer no grupo, provavelmente no sufoco.


VILA ISABEL — Desfile muito chato. Uma pena. Paulo Barros só não errou a mão por completo porque gostei da concepção do primeiro e do último setor — menção também a alegoria do computador, resgatando um pouco a essência das alegorias coreografadas. Fora isso, um completo absurdo a chuva de LED no desfile inteiro. Fora que o samba não rendeu muito devido ao andamento da bateria. Briga pela última vaga no sábado e é só.



PARAÍSO DO TUIUTI — Independente do que aconteça nos desfiles de logo mais, digo sem medo de errar que foi a grande surpresa do carnaval carioca em 2018. Um DESFILAÇO do Tuiuti. Conjunto visual bom, escola cantando demais, bateria em grande noite, uma IMPECÁVEL comissão de frente e o carro de som muito bom. Destaque para o último setor, com críticas pertinentes e atuais. O ponto fora da curva foi a evolução irregular. Conhecendo bem a LIESA, não vai beliscar o sábado como se espera de um desfile deste porte, mas deve permanecer com segurança no Grupo Especial.



GRANDE RIO — Simplesmente lastimável o que aconteceu com a tricolor caxiense. Um belo trabalho do Casal Lage que foi jogado fora por um grande azar. A escola veio colorida e evoluía com segurança na pista, mas a quebra do último carro ainda na concentração pôs tudo a perder. Indecisa, a escola parou na avenida (fora o buraco formado no Setor 1) até a definição do que se fazia. Como não havia mais jeito, Evolução e Enredo foram para as favas, a bateria (que foi competente) entrou antes do previsto e a escola estourou em cinco minutos sua apresentação.



MANGUEIRA — Grande apresentação da verde e rosa. Pode não ter tido aquela pegada que o enredo pedia, mas sobrou em alegria, coragem, criatividade e ironia — o “Prefeito Judas” com a plaquinha “Pega no Ganzá” dispensa quaisquer comentários. A meu juízo, o melhor desfile da noite. Bendito seja Leandro Vieira!



MOCIDADE — Desfile decepcionante da estrela-guia de Padre Miguel. Começou bem, mas foi caindo aos poucos em animação e estética. O conjunto visual um pouco aquém do que o enredo pedia do segundo setor em diante. Evolução da escola foi problemática e Wander Pires não esteve numa manhã inspirada — visivelmente rouco. Bateria foi o destaque. Volta no sábado das campeãs, mas não entra na briga pelo título.


A ordem de preferência deste domingo por aqui foi essa

Mangueira
Tuiuti
Mocidade
São Clemente
Vila Isabel
Império Serrano
Grande Rio



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