Queridos leitores, após longas férias não anunciadas previamente, a SASEG está de volta reacendendo a esperança ("vai me guiar..." rs) de após o carnaval não ser interrompida, perdoando um hiato de duas semanas no máximo. Brincadeiras a parte, hoje iremos fazer diferente: ao invés de uma, serão duas colunas no mesmo dia - em postagens separadas, evidente. Este recurso será pra compensar a ausência na próxima segunda, devido ao segundo dia de desfiles do Grupo Especial - ao qual estarei totalmente dedicado a cobertura pela Rádio Show do Esporte, pelo segundo ano consecutivo, e também estarei escrevendo crônicas aqui sobre as quatro noites, assim como no ano passado. Enfim, voltando ao assunto, na coluna passada relembramos o samba de 1994 da São Clemente. Hoje, vamos começar resgatando lá no Berço do Samba o banho de natureza em Cachoeiras de Macacu trazido pela Estácio em 2003.

Após o esquecível desfile sobre o cinquentenário do Grupo O DIA, a vermelha e branca apostou no famoso "enredo CEP" sobre a cidade de Cachoeiras de Macacu. O tema, desenvolvido por Roberto Szaniecki, passearia pela história da cidade, começando pela expulsão dos franceses que ocasionou a divisão territorial denominada de "Sesmarias", passando pelo ciclo da cana, pirataria do Pau-Brasil, fundação de um povoado aos pés da Serra dos Órgãos, o domínio do território pelos espanhóis, a descoberta das Minas Gerais até a fundação da cidade e as riquezas do lugar. Mesmo com uma sinopse desafiadora, saiu um bom samba apesar do festival de frases feitas. Os compositores, aliás, conseguiu a proeza de enfiar um "Schindô" em clara referência a cerveja Schincariol, cuja fábrica era sediada na cidade. O desfile até que foi bom e bonito, mas no carnaval marcado pelo polêmico acesso da São Clemente, o Leão estacionou no quinto lugar. Parecia que a Estácio reencontraria o caminho para tentar voltar ao Especial, mas no ano seguinte foi totalmente o inverso...

Vamos relembrar?

ESTÁCIO DE SÁ 2003 - "Um Banho de Natureza - Cachoeiras de Macacu"

Compositores: Reginaldo, Tião Larrieu, Magrão, Arthur 104, Gê de Ogun, Batista Coqueiral

Intérprete: Serginho do Porto

Sou Estácio, chuê, chuá
Vou dar um banho de alegria
Sapucaí vai balançar
Oh mãe natureza, abençoada pelo criador
Até o malfeitor se encantou com tanta beleza
Cadê meu Pau-Brasil? Ciclo da cana?
E o ouro? ninguém viu
O comércio alavancou
As riquezas no país

Os índios guerreiros, os donos da terra
Foram escravizados
Perderam a crença, perderam a guerra
Perderam o seu eldorado

O progresso aqui chegou
Com a Corte e a Realeza
A Leopoldina inaugurou
Siga o "Caminho do Imperador"
Tem cultivo do café
A fauna e flora que belezas naturais
Agora... alguém me viu
Sou jóia rara
Da coroa do Brasil

Samba, suor e cerveja
Um batuque na mesa... Schindô
Onde o céu é mais azul
Em Cachoeiras de Macacu


Ainda hoje tem a outra coluna do dia. Aguardem!