8 de julho de 2014, por mais que possamos tentar, esta data dificilmente sairá de nossas memórias, um dia inesquecível para os brasileiros, mas não da maneira mais positiva... Há exatos 2 anos a seleção pentacampeã do mundo sofria no estádio do Mineirão seu maior vexame em 100 anos de história e em 84 anos de Copa do Mundo. A fatídica goleada de 7x1 da Alemanha numa Copa do Mundo em nossa casa, o país ficava perplexo e incrédulo ao presenciar uma das maiores vergonhas da história. Assistia em casa, evidentemente como todo brasileiro estava animado, porém com aquele ar de preocupação. O Brasil vinha desfalcado, além da tão falada (e sentida) ausência de Neymar, fora do restante do mundial por conta da joelhada nas costas criminosa do Zuniga na partida contra a Colômbia, tínhamos Thiago Silva, suspenso. A Alemanha, inegavelmente era um grande time (e continua sendo) e a partida prometia ser disputada ao meu ver. Mal esperávamos que um pesadelo estava por vir. Primeiro gol e o pensamento automático: "ajeitando o time, dá pra empatar". Veio o segundo, "complicou", veio o terceiro, o quarto, quinto... não tive mais reação, os olhos quase marejados, não conseguia dizer nada, estava tentando acreditar no que via. Depois do sexto desliguei a TV, fui para o quintal, sentei num banco para ver se passava o pesadelo. Voltei, liguei a TV outra vez e vi o restante da partida. Mais dois gols, um de cada lado. O pesadelo era real.
Esta é uma atualização do texto que eu fiz há 1 ano (quando a coluna ainda não existia) que, além de ajudar a lembrar do Mineratzen, vem atualizar sobre o que aconteceu com a seleção canarinho dois anos após o sacode alemão em Belô. Como se sabe, depois de outra derrota (3x0 Holanda) a comissão técnica liderada por Felipão fora demitida, e Dunga acabou contratado, voltando a comandar a seleção após quatro anos. Se alguma coisa mudou? Não. Aliás, só piorou... a "nova Era Dunga" venceu doze jogos me engana que eu gosto - também conhecido como amistosos - consecutivos, mas na hora da verdade, ficou frouxa e covarde, de uma maneira nunca vista na história. A seleção canarinho amargou outro vexame na Copa América de 2015, caindo nas quartas de final para o Paraguai nos pênaltis, repetindo a façanha de 2011. O sinal de alerta começou a ser ligado, mas a CBF ignorou e Dunga seguia no cargo. Começou as Eliminatórias, estreamos com derrota para o Chile. E bastou isso para a comissão técnica mostrar realmente quem é: Jefferson perdeu a vaga para Alisson, reclamou publicamente e como "presente" passou a ser ignorado nas convocações. Vitória aqui, outra li e nada de um futebol convincente. Mas o estopim veio mesmo em 2016, ao conseguir a grande façanha de ser eliminado na primeira fase da Copa América do Centenário... NA PRIMEIRA FASE. Pior, num grupo com EQUADOR, HAITI E PERU. E teve direito a outro 7x1, dessa vez a favor.
A seleção continua sem planejamento suficiente para peitar as grandes seleções como peitava antigamente. O futebol pentacampeão simplesmente e literalmente parou no tempo. O 7x1 não foi só em campo, fora dele também. Cartolas brasileiros envolvidos no maior escândalo de corrupção na FIFA, desorganização do calendário, perseguição à clubes devido a criação de uma liga afim de se libertar dos desmandos da CBF, arbitragens desastrosas e tudo mais, brigas generalizadas entre torcidas organizadas. Mas acredite, ainda há um facho de esperança! Dunga foi demitido, deu lugar a Tite - que optou comandar a seleção apenas em setembro. É um grande treinador, vitorioso por onde passou, o que nos deixa esperançosos por dias melhores para a seleção canarinho, apesar de pegar uma seleção em sexto nas eliminatórias. Temos agora as Olimpíadas, onde vamos outra vez sonhar com a inédita medalha de ouro, desejo estragado por Nigéria, Camarões, México e cia. Mas, 8 de julho de 2014 fica para os livros da história devido a sete frases que martelam na cabeça até hoje.
"Lá vem cruzamento... É o Gooooooooooooool da Alemanha..."
"Botou na frente, olha o perigo, Klose, Júlio César, Klose... Olha o Goooooooooooool da Alemanha..."
"E chegaram de novo, chegaram de noooooooovooo..."
"Ih, lá vem mais! Lá vem mais! Olha a bola tocada, virou passeio..."
"E lá vem eles de novo! Olha só que absurdo! A chance de mais um gol..."
"Tocou no Lahm, bateu pro meio... Goooooooooool da Alemanha..."
"Olha a bola chegando e é goooool..."
Dois anos se passaram, e 7x1 foi, e continua sendo (muito) pouco.
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