Enfim volto a escrever, após um considerável período (longos nove dias) de inatividade, que acabou coincidindo com o meu aniversário, estou de volta. A princípio abordaria um outro assunto neste espaço, entretanto, e não mais que de repente, uma coisa me chamou muito a atenção ao assistir televisão no domingo, e devido a isso optei por mudar a temática do texto. Sem muitas delongas, enrolações e similares, vamos direto ao assunto porque aqui o que interessa é a opinião.
No último domingo (também conhecido como ontem) estreou a terceira temporada do Superstar, reality musical da Rede Globo que a partir desse ano será exibido no período da tarde, isto graças ao ajuste de programação da emissora. Nove bandas se apresentaram, algumas com muito potencial, outras que cumpriram seu papel. O que chamou atenção dos telespectadores (ou de noventa e nove por cento deles) foi a grotesca gafe de Daniela Mercury, que apertou o botão errado e, sem querer, eliminou a primeira banda que se apresentou, a Fulô de Mandacaru - nome exótico, não? Poxa, vamos dar crédito a ela, afinal, estava estreando no programa. Mas não foi só isso que me chamou a atenção, o motivo do texto é a apresentação do grupo Os de Paula. O leitor deve se perguntar "ah Carlos, mas eles se apresentaram no programa como qualquer outra banda que poderia estar ali, porque vai falar deles?" o motivo é simples, a banda é composta por filhos e sobrinhos do cantor Netinho de Paula - o nome do conjunto diz tudo, aliás.
Antes de fazer cerimônia, duas coisas que quero deixar bem claro. A primeira: não questiono aqui a qualidade musical do conjunto, até porque eles se apresentaram bem, tem potencial e a música que cantaram é boa. A segunda: antes que façam comentários do tipo "você não tem propriedade pra falar mal deles". Tenho sim, e digo porque: gosto e entendo de música porque sou filho de um músico, e tenho aprendizado suficiente para falar sobre o assunto. Isto posto, vamos adiante. Não tenho rigorosamente nada contra eles terem ido ao programa se apresentar, afinal, é o direito de quaisquer conjuntos, entretanto, acho uma total falta de ética por parte da produção do programa a participação deles. O motivo: o conjunto é composto por filhos de um artista. É só isso? Não. Se bem me recordo, a proposta do Superstar é revelar bandas novas, como aconteceu com a Malta, Luan e Forró Estilizado, Lucas e Orelha, por exemplo, e não é o caso deles. Temos provas? Sim. Alguns deles (ou todos, não me lembro bem) fizeram uma participação no DVD do pai em 2005 (o vídeo está acima). Alguns anos depois, com a banda já formada, gravaram dois discos, recentemente gravaram DVD, fizeram outra participação, desta vez com Arlindinho, e ainda me lembro de uma matéria deles no TV Fama, provavelmente em 2013, se minha memória não me trair. O curioso leitor me pergunta novamente "Porque você considera a participação deles falta de ética?". não é difícil: vamos supor que eles vençam a competição, aí as redes sociais viram uma cachoeira de críticas e acusações, a principal delas seria "ah, eles ganharam só porque são filhos do Netinho de Paula". No final, eles acabariam "queimados" na opinião popular, por serem um grupo que já tinha muita mídia, por serem filhos de um pagodeiro famoso (que inclusive, já teve um programa na emissora, só que não deu muito certo) vencer um programa dedicado a bandas desconhecidas, isto porque sempre lembramos que o brasileiro tem essa cultura de querer apontar vantagens em resultados suspeitos, e nem venham dizer que aqui não acontece isso...
...ou será que esqueceram da famosa Lei de Gerson?
[N.do.E. Para não passar batido, infeliz comentário do Paulo Ricardo sobre a banda. Como um cantor da estripe dele faz uma colocação tão imbecil, dizendo que "gosta de música boa" sendo que não emplaca uma música há três décadas e canta a abertura do BBB.]
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