Resolvi hoje escrever sobre a seleção da CBF, a seleção da Rede Globo, a seleção da bancada de empresários, que até outro dia era conhecida como Seleção Brasileira. Após o (mais um) vexame na Copa América do ano passado, começaram as eliminatórias, o atalho mais fácil pra Copa da Rússia, atalho esse que dura pouco mais de dois anos. Evidente que, nem eu, tampouco o leitor é dono da verdade, no entanto temos uma coisa em comum: estamos insatisfeitos com o futebol apresentado pelo selecionado pentacampeão. Na medida do que é permitido, apresento uma análise deste começo da caminhada rumo as terras de Putin.
Passaram-se seis jogos: Chile, Venezuela, Argentina, Peru, Uruguai e Paraguai. Praticamente um terço da competição. Até aqui duas vitórias, três empates e uma derrota. Atuações desastrosas em duas partidas (Paraguai e Chile), medianas em outras três (Venezuela, Uruguai e Argentina) e no limite do tolerável em outra. O que acontece? A seleção hoje está apresentando um futebol esdrúxulo, covarde, sem sal, sem encanto, sem magia, sem rigorosamente nada. Quando vence, é porque o adversário é fraco. Lamentavelmente aquela seleção Brasileira dos grandes craques, que encantava o mundo e que botava medo nos adversários foi embora, e ao que parece nunca mais vai voltar. Hoje a seleção virou a geração instagram, a geração selfie, a geração negociata, que é escolhida por dedo de empresários. É bem óbvio falar isso, porque virou o "comentário padrão" de pelo menos oitenta por cento dos brasileiros quanto a isso. Claro, alguns jogadores tem lá seu talento (Neymar que o diga), entretanto, praticamente toda a seleção é composta de jogadores limitados, ao mesmo tempo, os bons jogadores são solenemente esquecidos, principalmente aqueles que vão a imprensa mostrar que estão insatisfeitos por terem perdido a titularidade que tinham.
O que é preciso mudar de verdade? Pra começo de conversa: o treinador desta seleção é uma piada pronta e de muito mal gosto. Já teve a chance dele, foi bem, mas em hipótese alguma devia voltar. Tá certo de que raramente (só repetindo: RARAMENTE) a seleção joga bem, e isso só acontece quando é partida contra seleção fraca, mas esse verme tem que ser varrido o quanto antes. Já passou da hora de colocar um treinador estrangeiro, um Sampaoli, um Bielsa, um Peckerman da vida, a gente precisa quebrar essa barreira de só técnico da casa - nada contra, já que temos grandes técnicos. Depois, varrer da seleção o Gilmar e quem o inventou como "coordenador de seleções". Por fim, e acho que essa vai demorar, uma comissão de avaliação para convocações. O que venha a ser isso? Um grupo de especialistas (não enganadores) que possa assistir a jogos no Brasil, Europa ou Ásia (onde tenha brasileiro jogando) e possa analisar o desempenho de quaisquer brasileiros em campo, o resultado da análise vai para as mãos do treinador, para que este possa fazer a convocação com aqueles atletas que estejam em melhores condições.
Por fim, como já mencionei acima, basicamente precisamos de uma seleção onde o destaque seja o coletivo, e não a dependência de um jogador. Hoje jogamos um futebol politicamente chato, que é mais do mesmo. Ou botamos a cara no sol de vez ou corremos o risco de ficar fora de um mundial pela primeira vez - o que acho difícil, improvável eu diria. Estamos numa situação complicada, parecida ou pior a que passamos nas eliminatórias para 2002.
Salvem a seleção brasileira! Ainda dá tempo!
Marcadores
Seguidores
Total de visualizações
Blog Archive
-
▼
2016
(121)
-
▼
abril
(12)
- Nutella Alvinegra: Análise de Nacional (URU) 0x0 C...
- Nutella Alvinegra: Análise de Corinthians 2 (1) x ...
- Em Geral: O Samba Contra o Desemprego
- Nutella Alvinegra: Corinthians 6x0 Cobresal - Que ...
- Nutella Alvinegra: Análise de Corinthians 4x0 Red ...
- Nutella Alvinegra: Santa Fe 1x1 Corinthians
- Nutella Alvinegra: Análise de Corinthians 3x0 Novo...
- Em Geral: Anonimato ou Selo Familiar?
- Nutella Alvinegra: O Clássico
- Em Geral: Os 10 anos da "Lei de Gil"
- Nutella Alvinegra: Análise de Corinthians 2x1 Pont...
- Em Geral: Sufoco à Vista... De novo...
-
▼
abril
(12)
Tecnologia do Blogger.
Labels
Popular Posts
-
Enfim chegamos ao último texto (ou capitulo, como queiram) desta série. Contarei sobre as alegorias que estamparam as sete últimas capas dos...
-
(Por Carlos Alberto) Neide, ah Neide... Neide Aparecida, ou simplesmente Neidoca ou até Neide Apariçuda. Precisei de um tempinho pra e...
-
Hoje, dia 2 de abril de 2016, é uma "data histórica" para o futebol brasileiro. Não, nesta data não aconteceu nenhum jogo históric...
-
Era domingo, 8 de agosto de 2004, noite do Dia dos Pais , por volta das 22h30, o samba perdia uma das vozes mais empolgantes e alegres d...
-
Enfim tomei coragem para escrever sobre o Flamengo, clube que o editor tanto ama. Flamengo que anda muito mal das pernas no gramado, embora ...
-
E aí, Fiel, beleza? Não, não está beleza porcaria nenhuma. Perdemos o Clássico e está todo mundo desgraçado da cabeça. Teve falha, perd...
-
A SASEG retorna para desempoeirar mais um samba esquecido no tempo, seja ele bom, regular, ruim, mais ou menos... enfim, o que importa é rel...
-
Estamos de volta. Em clima do ápice da Copa do Mundo, a SASEG regressa para mais uma edição sempre com sua missão de desempoeirar mais um sa...
-
Nesta sexta-feira, 24, começa os desfiles da Série A, equivalente ao Grupo de Acesso do carnaval do Rio. 14 escolas lutam por uma vaga no Gr...
-
(por Carlos Alberto) Reproduzo aqui na coluna minha análise para os sambas da Série A do Rio de Janeiro para o carnaval 2018, originalment...
Nenhum comentário:
Postar um comentário