Era uma vez uma seleção que era forte historicamente devido ao seu passado de vitórias, mas que atualmente vinha de fracassos sucessivos, atuava sem prestígio, sem espetáculo, sem certeza... enfim, sem nada. E não era, é. Vou contar a história de uma seleção que desde pequeno a gente aprendeu a torcer. Jogando bem, jogando mal, dando show, sendo um fracasso, sendo campeão, sendo derrotado. Sim, eu falo sobre a Seleção Brasileira. Talvez uma das entidades mais respeitadas no mundo, senão, A mais respeitada, com todas as letras garrafais possíveis. Ela mesma, a cinco vezes campeã do mundo, quatro vezes campeã na Copa das Confederações, vitoriosa por oito vezes na Copa América, a única que participou de todos os mundiais, dentre outros diversos títulos...
...mas dentre esses tantos títulos, faltava 1. Só um. Mas essa conquista parecia impossível de ser obtida. Esta conquista tinha um sabor dourado. Mas o Brasil, logo ele, considerado o país do futebol ainda não havia sentido esse gosto dourado. Para sentir, teve que se submeter aos sucedidos vexames e batidas na trave. Viu esse gostinho chegar perto em 1984, mas a França impediu. Em 1988 a mesma coisa, mas a União Soviética foi superior. Já em 2012, parecia estar certo... mas tinha o México no caminho. Fora que, fantasmas de fases anteriores assombraram durante anos a poderosa camisa amarela. Como Kanu e a Nigéria em 1996, quando vencia o jogo e cedeu o empate e a virada no Golden Goal. Como em 2000, quando deixou-se derrubar por uma Camarões com nove em campo, outra vez num Golden Goal. Como em 2008 (porque não?) onde um time comandado por uma estrela mundial fracassou diante da Argentina. Haja vista, aconteceram outras decepções como ficar pelo caminho no pré-olímpico, em 1992 e 2004.
Até que chegou os jogos do Rio de Janeiro...
A Olimpíada em nossa casa. A pressão por ganhar no nosso quintal, lógico, era existente. Um time com jogadores talentosos, apesar do nosso futebol andar mal das pernas internacionalmente desde 2014. O jogo de preparação deixou boa impressão, mas parecia que ia dar errado outra vez... empates inexpressivos contra África do Sul e Iraque, acreditem. O público não perdoou: vaias, críticas pesadas - incluvise do escriba. Contra a Dinamarca era vencer, vencer ou morrer. Venceu. E convenceu. Só que, dali em diante, ninguém esperava um poder de reação tão impressionante, tão inacreditável, tão improvável. Uma vitória dura contra uma Colômbia que bateu e reclamou demais. Veio Honduras, um jogo que era pra ser difícil... difícil? precisou de quatorze segundos para quebrar este rótulo. E a bola foi pra rede de novo, e de novo, e de novo... chocolate, 6-0. Faltava um passo. Só 1. E quem viria pela frente? a Alemanha, logo ela. Evidentemente que, seria uma história totalmente diferente daquele fatídico 7 a 1. Um Maracanã tomado por um mar verde-amarelo apoiou, gritou, vaiou. O Brasil abriu o marcador numa linda cobrança de falta do principal jogador do time, Neymar. Parecia ser uma partida tranquila, com a seleção indo pra cima, parecia... não lembrávamos que do outro lado tinha uma Alemanha forte, e numa desatenção da zaga, o empate foi inevitável. Daí em diante, a partida se transformou num teste fortíssimo para quem é cardíaco. Noventa, mais trinta... e os pênaltis, a hora em que o coração vai a mil. Não mais que de repente, surge um herói vindo do Acre e que veste rubro negro no Paraná. Weverton. O mesmo que dez anos antes foi substituído no fim de uma partida da Copa São Paulo de juniores, quando atuava no Corinthians, porque não tinha bom aproveitamento em pênaltis. Coube a ele defender a cobrança de Peterson e abrir o caminho do ouro, e coube a Neymar concretizar o sonho que naquele instante tornou-se realidade. A seleção brasileira enfim encontrou o caminho do ouro.
Foi impossível não se emocionar ao ouvir o nosso hino depois de uma final de futebol olímpico.
(por Carlos Alberto)
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