Sexta Dissonante: Fábio Jr, o romântico moderno

(por Carlos Alberto)

No terceiro número da Sexta Dissonante, "O amor está no ar", mas não, não falaremos de carnaval - pelo menos desta vez - hoje é dia daquele rapaz que um dia já teve uns vinte e poucos anos, mas que arrasa corações femininos (e masculinos, porquê não) com suas canções repletas de romantismo com uma voz inconfundível.

Senhoras e senhores, no palco da Sexta Dissonante, lá vem ele, o romântico moderno... Fábio Jr!

Imagem relacionada

Nascido em São Paulo como Fábio Corrêa Ayrosa Galvão, começou a trabalhar ainda garoto, junto com os irmãos, na banca de jornais que o pai, então tinha, para ajudar a família. Nessa época, entregava revistas e jornais na casa dos fregueses. Seu primeiro emprego, depois da banca do pai, foi numa loja de departamentos na seção de crediários e depois fez transporte escolar. Esses empregos serviam só para seu sustento, mas o sonho de se tornar cantor sempre o acompanhou e nada lhe dava mais prazer do que as conversas na cozinha com o "véio" Galva, como se refere a seu pai, e os acordes que eles tocavam no primeiro violão, presente do pai. A música sempre foi sua grande paixão. Nos anos 60 formou um conjunto que tocava no programa Mini-Guarda na TV Bandeirantes, no auge da Jovem Guarda, o nome do grupo era Os Namorados, depois passou a se chamar Bossa 4 e finalmente Arco-Íris. Chegaram a se apresentar  como calouros no programa do Chacrinha.

Ainda na Rede Bandeirantes, aos 13 anos passou a fazer teleteatro ao lado de Cacilda Becker e na TV Cultura, atuou no episódio “Um pássaro em meu ombro”, ao lado de Etty Frazer e Paulo Autran. Em 1971 já em carreira solo gravou canções em inglês (com pseudônimos como Uncle Jack e Mark Davis, sendo que como o último teve um hit, "Don't Let Me Cry", de 1973). Adotou o pseudônimo de Fábio Júnior para não ser confundido com o ator Flávio Galvão e começou a apresentar o programa Hallelluyah! na extinta TV Tupi ao lado do cantor Sílvio Brito. A televisão foi um meio fundamental para a carreira de Fábio. Gravou seu primeiro compacto como Fábio Júnior em 1975 e em 1976 foi convidado para participar da novela Despedida de Casado na Rede Globo a mesma acabou sendo censurada, mas o elenco foi aproveitado para novela Nina em 1977 na mesma emissora. No episódio "Toma que o Filho é Teu" do seriado "Ciranda Cirandinha", em 1978 cantou sua composição "Pai" e Janete Clair escolheu a música como tema de abertura de sua nova trama, Pai Herói. Em 1979 atuou no filme Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues.



Seu primeiro LP foi lançado em 1979, mas Fábio Júnior não abandonou a carreira de ator, trabalhando nas novelas Cabocla, em 1979, Água Viva, em 1980, O Amor é Nosso, em 1981 e Louco Amor, em 1983, todas na Rede Globo. Em 1983 gravou seu primeiro especial para a TV (Nunca Deixe de Sonhar) e passou a se dedicar somente à carreira de cantor, cuja tradição em baladas românticas já lhe haviam dado o epíteto de sucessor de Roberto Carlos. Em 1985 voltou à televisão com a novela Roque Santeiro e trocou a Som Livre pela CBS. Na nova gravadora, passou a dedicar-se à sua carreira em castelhano, que culminou em 1987, quando ganhara o prêmio Antorcha de Plata (Tocha de Prata) no festival chileno de Viña del Mar. Nesse mesmo ano gravou a canção "Sem Limites pra Sonhar", com a cantora britânica Bonnie Tyler (que cantava a parte da letra em inglês).



Em 1988, ao lançar o disco "Vida", o artista emplacou mais dois hits, "Felicidade" e "Caça e Caçador". No ano seguinte, foi a vez de Fábio registrar em disco, pela primeira vez, um show. Fábio Jr. ao Vivo fez um resumo da trajetória musical do artista, cujas apresentações sempre foram marcadas pelas explosivas manifestações de carinho de suas fãs. Seguiram-se mais dois discos pela Sony Music, Intuição (1991) e Fábio Jr. (1992), até que o cantor assinou contrato com a BMG em 1993. Nesta gravadora, hoje unida a Sony, Fábio viveu nova fase de sucesso avassalador. O ponto de partida foi o estouro de "Alma Gêmea", carro-chefe do disco Desejos, de 1993.







Sempre gravando regularmente, o cantor voltou esporadicamente a fazer novelas, como Pedra sobre Pedra (1992) - lembrado pela famoso enigma do "Quem matou Jorge Tadeu?" cuja uma das diversas cenas pode ser vista aqui - Corpo Dourado (1998) e a fracassada e confusa Antônio Alves, Taxista (SBT) de 1997. Ainda na década noventista, lançou os discos Fábio Jr. (1994), Fábio Jr. (1995) e Obrigado (1996). Em 1997, o artista decidiu fazer novo registro de show, com o CD Só Você e Fábio Jr. Ao Vivo, impulsionado pelo sucesso da regravação de "Só Você", hit do cantor e compositor Vinicius Cantuária nos anos 80.



A discografia do cantor inclui ainda os álbuns Compromisso (1998), Contador de Estrelas (1999) e De Alma e Coração (2000). No início da década citada, apresentou um programa nas noites de quarta na Record, que levava o seu nome. Em 2002, o cantor decidiu fazer uma revisão da carreira em clima acústico, em estúdio. Intitulado justamente Acústico (particularmente considero o melhor disco de sua carreira) o CD fez sucesso e preparou o mercado para uma nova releitura ao vivo da carreira do cantor. Ao Vivo foi gravado no antigo Olympia em abril de 2003 e lançado no mesmo ano, nos formatos de CD duplo e de DVD, o primeiro do artista.



No embalo do sucesso de sua regravação de "Volta", clássico do repertório do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (de quem já havia recriado "Esses Moços" e "Nervos de Aço", no início da carreira), Fábio Jr. lançou em 2004 O Amor É Mais, com repertório inédito. O disco reafirmou a pegada pop deste ídolo da canção romântica, sempre em forma.










Nos últimos dez anos, Fábio Jr lançou os álbuns Minhas Canções (2007), Fábio Jr e Elas (2008 - um show de dez anos antes que até virou especial de fim de ano na Record), Romântico (2009), Íntimo (em estúdio e ao vivo, de 2011 e 12, respectivamente) e o mais recente Fábio Jr. (2015) todo autoral.









O cantor também é conhecido pelo seu estilo galanteador, não é a toa que se casou sete vezes. Isso mesmo, SETE vezes. Segue a lista de matrimônios: Em 1976 com Tereza de Paiva Coutinho - que não faz parte do meio artístico - o segundo com a atriz Glória Pires, com quem teve uma filha, a também atriz Cléo Pires. Depois, Cristina Karthalian (com quem teve Krizia, Tainá, e Fiuk), Guilhermina Guinle (de 1993 a 1998), Patrícia de Sabrit (março à junho de 2001), Mari Alexandre (de 2007 à 2010, tendo Záion), e a mais recente, com Fernanda Pascucci. Ufa!

Curta mais um pouco de Fábio Jr. Senta o dedo no play!










Bom pessoal, esta foi mais uma Sexta Dissonante, para o leitor começar o fim de semana curtindo aquele som para esquecer de tudo. Até a próxima. E como o próprio Fábio Jr diz: "BRIGADU!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Suporte: Template Blogger -